RESUMO - LETRAMENTO
Autoria: Dário da Silva Barros
Existem muitas teorias sobre o que fez o homem dominar o planeta e construir civilizações – enquanto o joão-de-barro, por exemplo, só consegue construir conjugados. Dizem que o cavalo é mais bonito e que a barata é mais resistente, mas não há notícia de uma fuga a três vozes composta por um cavalo ou uma liga de aço inventada por uma barata, o fato dos macacos terem desenvolvido o dedão opositor, com o qual conseguiram descascar uma banana e segurar um tacape, as condições primordiais para dominar o mundo. A vaidade, outra característica exclusivamente humana que também teria contribuído para que o homem prevalecesse, pois de nada lhe adiantariam suas façanhas com o polegar, e com as mulheres, se não pudesse contar depois, ou seja, o homem sempre tem que promover seus feitos para se satisfazer. Daí nasceu a linguagem, e com ela a mentira. E o homem estava feito. A razão da superioridade e do sucesso do homem foi a preguiça. Com a possível exceção do animal Preguiça, nenhum outro animal é tão preguiçoso quanto o homem. A linguagem é fruto da preguiça de roncar, grunhir, pular e bater no peito para se comunicar com os outros e, mesmo, ninguém agüentava mais mímica, a linguagem foi criada para diminuir ao máximo o esforço em se comunicar com os semelhantes. Dizem que a agressividade e o gosto pela guerra determinaram o avanço científico da humanidade; e se é verdade que a maioria das invenções modernas nasceu da necessidade militar, também é verdade que o objetivo de cada nova arma era o de diminuir o esforço necessário para matar os outros. Toda a história das telecomunicações, desde os tambores tribais e seus códigos primitivos até os sinais de TV e a Internet, se deve ao desejo humano de enviar a mensagem em vez de ir entregá-la pessoalmente ou mandar um guri resmungão. A fome de riqueza e poder do homem não passam da vontade de poder mandar outros fazerem o que