Empresas e Esfera Pública
O conceito de esfera pública, inicialmente formulado pelo filósofo e sociólogo alemão, Jurgen Habermas, tem caráter estritamente burguês e está ligado ao surgimento da imprensa. Esta, segundo ele, cria condições para a formação de uma esfera na qual os sujeitos sejam capazes de manifestar uma opinião sobre assuntos de interesse geral, assim dotado e portador de uma opinião pública.
Para Habermas a palavra “público” remete sempre àquilo que é concebido através de um julgamento e consequentemente provedor de publicidade. Na esfera pública isso ganha forma quando os assuntos de interesse geral são expostos, debatidos e criticados e podem tornar-se a posteriori uma síntese ou um consenso.
Quando se trata de uma esfera pública burguesa, Habermas cita os espaços físicos, como os cafés, que se tornaram espaços de reunião e propiciador da opinião pública forjada na época. Já em trabalhos mais atuais, como o “Esfera Pública Interna às organizações: Um desafio para as relações públicas”, de Ana Lúcia Novelli, apontam para novos aspectos com relação à noção de esfera pública em sua espacialidade e multiplicidade de esferas públicas.
É neste aspecto que surgem, dentro de um processo histórico, as empresas no contexto da esfera pública. Novelli aponta para o importante papel que o movimento dos trabalhadores teve para que as empresas assumissem seu lugar na esfera pública. Segundo a autora é esse movimento que faz surgir os sindicatos profissionais e os partidos dos trabalhadores. Os sindicatos foram importantes para a formação da opinião pública dentro das empresas e de certa maneira fez com que os empregados pudessem reivindicar direitos ou apenas apontar problemas ou soluções nas organizações. Já os movimentos de trabalhadores