Resumo Focault

1009 palavras 5 páginas
Podemos dizer, portanto que toda a peça de Édipo é uma maneira de deslocar a enunciação da verdade de um discurso de tipo profético e prescritivo a outro discurso, de ordem retrospectiva, não mais da ordem da profecia, mas do testemunho. Temos aí um dos traços mais fundamentais da tragédia de Édipo: a comunicação entre os pastores e os deuses, entre a lembrança dos homens e as profecias divinas. Esta correspondência define a tragédia e estabelece um mundo simbólico em que a lembrança e o discurso dos homens são como que uma imagem empírica da grande profecia dos deuses. Eis um dos pontos sobre os quais devemos insistir para compreender este mecanismo da progressão da verdade em Édipo. Édipo é aquele que nada sabia que era cego, que tinha olhos vendados e a memória bloqueada, pois nunca havia mencionado e parecia ter esquecido os próprios gestos ao matar o rei no entroncamento dos três caminhos. Édipo, homem do esquecimento, homem do não saber, homem do inconsciente para Freud.

Gostaria de mostrar que Édipo, dentro desse mecanismo de metades que se comunicam, jogo de respostas entre os pastores e os deuses, não é aquele que na sabia, mas ao contrario, é aquele que sabia demais.Aquele que unia seu saber e seu poder de uma certa maneira condenável e que a historia de Édipo devia expulsar definitivamente da historia.Podemos notar a importância da temática do poder no decorrer de toda a peça. Édipo, em toda a tragédia, nunca dirá que é inocente, que talvez tenha feito algo, mas que foi contra a vontade, que quando matou aquele homem, não sabia que se tratava de Laio. Seu problema é apenas o poder, ele não se assusta com a ideia de que poderia ter matado o pai ou o rei. O que o assusta é perder o próprio poder. A tragédia do poder e da detenção do poder político. Mas o que é este poder de Édipo? Como se caracteriza?Suas características estão presentes no pensamento, na historia e na filosofia grega da época. Édipo é chamado de o primeiro dos homens,

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