resumo estética
O exercício do pensamento especulativo na Grécia já se pode encontrar nos séculos VII e VI a.C, com os chamados pré-socráticos. Estes pensadores não tinham a intenção de criar um sistema ordenado de interpretação do mundo. Seus escritos, aos quais temos acesso apenas por meio de fragmentos, procuravam investigar e explicar a realidade como um todo, motivo pelo qual foram classificados como cosmogonias. Especulavam a respeito « da origem do mundo, do número e da natureza de suas partes constituintes, da diferença entre aparência e realidade e do problema de como o movimento e a transformação poderiam ser compatibilizados com o conceito de substância permanente» (3). Por não distinguirem o âmbito lógico do mítico resultam num « conjunto englobante e unitário» . Não há nestes fragmentos uma discussão aprofundada do Belo ou da Arte, embora vários deles toquem em tais questões.
Grosso modo, encontramos entre os pré-socráticos duas correntes principais de pensamento: os Pitagóricos – confraria fundada pelo famoso filósofo – e os que a estes se opunham, conhecidos por Sofistas (4) – palavra originada em sophistés, que significa "praticante da sabedoria". « Para os pitagóricos, a Realidade, tudo o que existe, está determinado segundo a lei dos números, os quais são as essências das coisas, mediante relações simétricas da Harmonia» (5). O equilíbrio do macro e do microcosmos, segundo eles, seria garantido pela música das esferas e da alma, respectivamente. Defendiam que o Belo se reduzia ao Bem. Se algo era bom, necessariamente seria belo, apontando para a justificação da funcionalidade e dependência da Arte. Distinguiam também claramente o ser e a aparência, no que eram combatidos pelos Sofistas. Na visão destes, o Belo e a Arte seriam detentores de autonomia própria e fundamentariam a existência do homem. Seguindo Sócrates, Platão opta por desenvolver suas idéias no esteio pitagórico.
Platão: a Doutrina das Idéias