Resumo do livro “Libras? Que língua é essa?”
A língua de sinais dos surdos é natural, pois evolui como parte de um grupo cultural do povo surdo. Possui gramática onde, por exemplo, a orientação e a configuração da mão podem mudar o significado do sinal, assim como apenas uma letra pode diferenciar significativamente uma palavra nas línguas orais.
É correto afirmar que através da língua de sinais se consegue expressar idéias ou conceitos abstratos, sentimentos, emoções ou quaisquer idéias. Da mesma forma que os falantes de línguas orais, os falantes de línguas de sinais conseguem discutir filosofia, política, literatura, assuntos cotidianos etc. nessa língua, além de transitar por diversos gêneros discursivos, criar poesias, fazer apresentações acadêmicas, peças teatrais, contar e inventar histórias e piadas.
Há uma tendência em pensar que a língua de sinais é uma língua exclusivamente icônica, e essa visão relaciona-se com o fato de a língua de sinais ser uma língua de modalidade espaciovisual. Embora exista um grau elevado de sinais icônicos, é importante destacar que essa característica não é exclusiva das línguas de sinais. As línguas orais incorporam também essa característica.
Os surdos foram privados de se comunicarem em sua língua natural durante séculos. Diferentes autores em vários estudos tem apontado a difícil relação dos surdos com a língua oral majoritária e com a sociedade ouvinte. Historicamente há muitas referencia de luta da comunidade surda, pois os surdos não tinham seus direitos respeitados e lutaram muito para poder comunicar-se através da sua linguagem.
O alfabeto manual, utilizado para soletrar