Resumo do filme "Mon Oncle"
O filme é uma comédia que mostra Hulot e a família Arpel, estabelecendo uma crítica entre o moderno e o tradicional, a partir do exemplo tipificado entre o flat localizado no subúrbio parisiense e a vila de arquitetura típica na qual a casa da família Arpel mora. O sobrinho de Hulot, o menino Gerard é o elo entre esses dois universos. A crítica existente e a interação entre as personagens e o espaço físico mostram grande importância no ensino da arquitetura. O filme cria uma habitação que representa o modernismo, usando o minimalismo, e ao mesmo tempo, mostrando o excessivo controle dos espaços arquitetônicos em nome de uma funcionalidade que nem sempre são tão funcionais. A casa insere-se como uma personagem no filme, que respira, vê e não deixa de ser fria e impessoal. Contra ao progresso e modernidade, Hulot se apresenta como elemento contrastante desse quadro, pois foge dos padrões impostos pela sociedade da época. Tio Hulot vive numa confusa periferia, num aglomerado, cheio de reformas, onde o traçado das ruas é feito de forma sinuosa, parecendo espontânea, e dessa forma, representa o lado afetivo e pessoal da história.
O muro em ruínas que é atravessado por Hulot sempre que vai visitar sua irmã, enfatiza a segregação entre esses dois universos. Ele representa a ruptura entre a cidade tradicional e a cidade moderna, o elemento representativo da barreira que divide a cidade primitiva e a modernidade na qual a França estava ingressando, na década de 1950. Com a modernidade em questionamento, Mon oncle consegue manter-se atual, por possuir uma critica social consistente ao progresso, portanto, o filme é uma boa ferramenta para suscitar discussões pertinentes relativas às questões referenciadas.