RESUMO DO TEXTO MEU TIO
Meu Tio (Mon Oncle), (1958) é uma comédia que mostra Hulot e a família Arpel, estabelecendo uma crítica entre o moderno e o tradicional, a partir do exemplo tipificado entre o flat localizado no subúrbio parisiense e a villa arquetípica na qual a casa da família Arpel localiza-se. O sobrinho de Hulot, o menino Gerard é o elo de ligação entre esses dois universos.
A importância do filme para o ensino da arquitetura e do urbanismo se deve à crítica existente, à interação entre personagens e espaço físico, O diretor cria uma habitação que representa o modernismo, utilizando-se do minimalismo, e ao mesmo tempo, mostrando o excessivo controles dos espaços arquitetônicos em nome de uma funcionalidade que nem sempre são tão funcionais. A casa insere-se como um personagem no filme, que respira, vê e não deixa de ser fria e impessoal.
Em contraponto ao progresso e à modernidade, Hulot se apresenta como o elemento contrastante desse quadro, pois foge dos padrões impostos pela sociedade da época. Tio Hulot vive numa confusa periferia, num aglomerado, cheio de reformas, onde o traçado das ruas é feito de forma sinuosa, parecendo espontânea, e dessa forma, representa o lado afetivo e pessoal da trama.
Para enfatizar a segregação entre esses dois universos, o muro em ruínas que é atravessado por Hulot, sempre que vai visitar sua irmã, representa a ruptura entre a cidade tradicional e a cidade moderna, o elemento representativo da barreira que divide a cidade primitiva e a modernidade na qual a França estava ingressando, na década de 1950.
Com a modernidade em questionamento, Meu Tio consegue manter-se atual, por possuir uma crítica social consistente ao progresso, portanto, o filme é uma boa ferramenta para suscitar discussões pertinentes relativas às questões referenciadas.
Diretor: Jacques Tati sem permissão.