Resumo do filme Meu Tio
O roteiro opõe a casa bagunçada e antiga em que vive “O Tio” e a moderna casa da sua irmã. Essas diferenças vão da excentricidade da fonte de água em forma de peixe que é acionada a cada vez que chega uma visita na casa dos ricaços à molecagem dos assobios utilizados pelo “Tio”. Ele vive numa confusa periferia em que a ordem é estabelecida pelos próprios moradores. Sempre que “O Tio” vai visitar a irmã, atravessa as ruínas de um muro que representa a ruptura da cidade tradicional com a cidade moderna. De um lado, uma família em que a formalidade era levada aos extremos e, consequentemente, a monotonia surgia. Do outro lado a alegria de viver, mesmo com dificuldades.
É, na realidade, a própria casa que dita as regras da família. As lajotas indicam onde se deve pisar, a mesa com guarda-sol mostra onde se deve almoçar, e onde se deve tomar o café após o almoço. A casa vigia e parece ter olhos, arquitetonicamente desenhados por duas janelas redondas no quarto do casal.
“O Tio” vive uma série de peripécias que ridicularizam a febre modernista do final dos anos 50, e, com seu jeito simples e ingênuo, acaba ganhando a simpatia de seu sobrinho Gerárd justamente por fugir dos padrões postos pela família.
O filme vai além de mostrar o moderno e o não-moderno: satiriza a interferência provocada pelas inovações tecnológicas dentro de uma casa - levadas a um caso extremo - no cotidiano das pessoas.
Isabella Soares Lopes
Uninassau
Arquitetura e Urbanismo