Resumo da Constitui o Subjetiva
O corpo limita o sujeito, mas não o determina. Não basta que uma criança tenha inscrição simbólica para que haja sujeito, é preciso corpo, senão seriam almas. É preciso uma base biológica bem estruturada, onde a palavra fará seus efeitos.
Os sistemas (motor, perceptivo, fonatório, etc) não funcionam por si só, mas é a dimensão psíquica que os organiza.
Para que as funções do corpo se desenvolvam é preciso que aquele que cria, cuida, a mãe ou outra pessoa, libidinize o órgão. É assim desde a sucção do bebê, controle do xixi, cocô, etc. O corpo é inscrito pelo Outro, que o toma, dá lugar as funções, sentido, significação.
Pulsão: se funda a nível psíquico algo que passa pelo corpo (da boca, pulsão oral, etc).
Casos de psicóticos, autistas, inibições: tem o aparelho fonatório em condições e não fala, tem o aparelho auditivo funcionando e não escuta, ou não sente dor. Transtornos alimentares, excrementícios, mictórios, vômitos, etc. Essas manifestações demonstram até que ponto a expressão psíquica pode se contrapor à função e ao desenvolvimento do órgão.
O que acontece nas patologias nos aponta para o que acontece no desenvolvimento normal. Todo corpo e desenvolvimento de uma criança são ordenados simbolicamente pelo Outro, passa pelo desejo daquele que cuida, sua história, está inserido na cultura.
os primeiros ditos de que é parecido com a família do pai ou da mãe, o nome que já carrega uma história, um desejo para aquela criança.
O bebê humano, diferente dos animais, não sabe quando nasce o que fazer para satisfazer suas necessidades, é um deficiente instintivo. Ele não nasce como os animais sabendo qual objeto satisfaz suas necessidades. Depende do Outro para se constituir. é essa insuficiência que deixa espaço para a dimensão psíquica, o que se dá pela forma do desejo do Outro, a erogeneização do corpo do bebê.
É assim que a mãe toma o peito como um dom, o cocô como um presente, o olhar como convocação, etc.
René Spitz