Resumo Antropologia
Aluna: Thaisa Bitencourt Dutra
Professor: Angêlo Pessanha
Disciplina: Antropologia e Direito Resumo: Aprender Antropologia – Laplantine “ A pré-história da Antropologia”
A gênese da reflexão antropológica é contemporânea à descoberta do Novo Mundo. O Renascimento explora espaços até então desconhecidos e começa a elaborar discursos sobre os habitantes que povoam aqueles espaços. O critério essencial para saber se convém atribuir-lhes um estatuto humano é, nessa época, religiosa: O selvagem tem alma? O pecado original lhe diz respeito? Notamos que se, no século XIV, a questão é colocada, não é de forma alguma solucionada. Ela será definitivamente resolvida apenas dois séculos mais tarde.
Nessa época é que começam a se esboçar as duas ideologias concorrentes, mas das quais consiste no simétrico invertido da outra: a recusa do estranho apreendido a partir de uma falta, e cujo corolário é a boa consciência que se tem sobre si e sua sociedade; a fascinação pelo estranho cujo corolário é a má consciência que se tem sobre si e sua sociedade.
A extrema diversidade das sociedades humanas raramente apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração exigindo uma justificação. A antiguidade grega designava sob o nome de bárbaro tudo o que não participava da helenidade, O Renascimento, os séculos XVII e XVII falavam de naturais ou se selvagens(isto é, seres da floresta), opondo assim a animalidade à humanidade.
Entre os critérios utilizados a partir do século XIV pelos europeus para julgar se convém conferir aos índios um estatuto humano, citaremos:
- a aparência física: eles estão nus ou “vestidos de peles de animais”;
- os comportamentos alimentares: eles “comem carne crua”, e é todo o imaginário do canibalismo que irá aqui se elaborar;
- a inteligência tal como pode ser apreendida a partir da linguagem: eles falam “uma língua ininteligível”.
Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à