RESUMO 3
Antes da chegada da corte portuguesa ao Brasil, o país era um amontoado de regiões mais ou menos autônomas e rivais entre si, sem comércio ou qualquer outra forma de relacionamento, apenas o idioma, português, e o governo da coroa, sediado em Lisboa, eram seus pontos de referência. Naquela época o Brasil já tinha praticamente as dimensões que possui hoje em dia, apenas o Acre, que pertencia a Bolívia e algumas faixas na fronteira com a Argentina, a Venezuela e a Guiana Francesa, que não pertencia ao Brasil. Apesar de ser uma país com um território muito vasto, era pouco povoado, possuía apenas 3 milhões de habitantes, dos quais a cada três, um era escravo, e a população indígena era em torno de 800 mil pessoas. Porém em pouco mais de cem anos, o número de habitantes aumentou em dez vezes, em conseqüência da descoberta de minas de ouro e diamantes no final do séc. XVII. Guardar os 23 mil quilômetros de fronteiras do Brasil ainda não é um trabalho fácil para um país que, embora não seja uma potência militar, tem seus aviões e radares. Imagina, então, a dificuldade da tarefa numa época em que só cavalos e barcos a remo, quando muito, chegavam aos rincões mais distantes. A maioria das terras das Regiões Sul, Centro Oeste e Norte foram anexados em flagrante desrespeito ao Tratado de Tordesilhas. Os portugueses só encontraram tanta facilidade de penetração na Amazônia porque os espanhóis tinham olhos apenas para o rio da Prata, onde deságua uma rede de caminhos fluviais que se estende desde a Bolívia até o litoral da Argentina e Uruguai.