Responsabilidade social
Por TARCILA REIS URSINI e GIULIANA ORTEGA BRUNO
RESPONSABILIDADE SOCIAL
E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
“É comum e compreensível o empresário indagar: o que devo fazer? Pela própria natureza da situação, não é provável que a resposta mais criativa seja alguma ação específica, mas talvez um posicionamento diferente, ou a adoção de uma nova forma de ver a situação e fazer escolhas em outras bases”
(William Harman e John Hormann. O Trabalho Criativo: O Papel Construtivo dos Negócios numa Sociedade em Transformação).
Alunos da Apae-Cotia trabalham com aparas de madeira doadas pela fábrica de armários Ornare.
(São Paulo - SP, 16.12.2003. Foto de Fernando Moraes/Folha Imagem)
A questão da responsabilidade social tem sido tema recorrente no mundo dos negócios. Há uma crescente preocupação por parte das empresas brasileiras em compreender seu conceito e dimensões e incorporá-los à sua realidade. Muitas empresas já se mobilizaram para a questão e estruturaram projetos voltados para uma gestão socialmente responsável, investindo na relação ética, transparente e de qualidade com todos os seus públicos de relacionamento. Essas iniciativas, apesar de apresentarem resultados positivos, representam, na maioria das vezes, ações pontuais e desconectadas da missão, visão, planejamento estratégico e posicionamento da empresa e, conseqüentemente, não expressam um compromisso efetivo para o desenvolvimento sustentável. Em muitos casos, as empresas brasileiras acabaram por associar responsabilidade social à ação social,
seja pela via do investimento social privado, seja pela via do estímulo ao voluntariado. Esse viés de contribuição, embora relevante, quando tratado de maneira isolada, coloca o foco da ação fora da empresa e não tem alcance para influenciar a comunidade empresarial a um outro tipo de contribuição, extremamente importante para a sociedade: a gestão dos impactos ambientais, econômicos e sociais provocados por decisões estratégicas,