Resenha ética protestante
Rodolfo F. Gebin
Unicamp
Na obra “A Ética Protestante” de Max Weber, basicamente é discutido pelo autor diversas religiões e seus princípios, estabelecendo uma relação favorável ou desfavorável ao sistema capitalista. A partir de uma visão religiosa e cultural, Weber posiciona-se com o argumento de que uma religião tal como a católica, na qual a salvação do indivíduo baseia-se na boa ação do mesmo, não é o melhor cenário para um sistema capitalista eficaz, uma vez que os bens materiais possuídos por determinado indivíduo não garantem sua salvação perante à Deus. Em contrapartida, mencionado em grande parte do livro, o homem calvinista parte de outros princípios. Weber enfatiza que a religião Calvinista foi a grande responsável para a definição do sistema capitalista. Isso se dá devido ao fato do Calvinismo basear-se da ideia de que a salvação ou condenação de um homem é predestinada no momento do nascimento, e assim, nada o homem pode fazer para mudar tal destino. Porém a grande dúvida de estar condenado ou salvo estimulou o processo de aquisição material. A solução que o homem calvinista encontrou com a finalidade de descobrir seu destino foi trabalhar. Caso houvesse ascensão financeira e conquistas materiais dignas, cujo privilégio da riqueza era considerado uma benção de Deus, seria um sinal de que para este indivíduo era garantida a salvação. Quanto mais acúmulo de capital fosse garantido, mais evidente estava que o trabalhador tinha sua aceitação divina. O homem calvinista assim, acumulava o que podia de riquezas, cortava custos, e restringia o direcionamento de seu capital para a própria subsistência. Aumentava então a quantidade de mão de obra especializada, a demanda de trabalho, e consequentemente, a quantia de capital, estabelecendo o cenário perfeito para a ascensão do sistema capitalista.
Weber faz também uma comparação aos Luteranismo, cuja doutrina é baseada na ideia de que o homem garante sua salvação através da fé em