Resenha: A Natureza do Espaço. Milton Santos
Milton Santos introduz o livro “A Natureza do Espaço: espaço e tempo, razão e emoção”, ressaltando sua insatisfação com o próprio objeto de estudo da geografia. Ele estrutura sua discussão, de modo geral, através desse objeto, visando a produção de ideias que o descrevam e interpretem, propondo uma teoria que foque no espaço geográfico. Ele constrói sua argumentação levantando diversas questões sobre a pertinência do espaço na geografia e a sua construção histórica. Desta forma, questiona se é possível encontrar o espaço geográfico sem estar permeado pela história da disciplina.
Santos analisa, nos primeiros capítulos, o espaço geográfico com algo híbrido, construído em uma totalidade. Desta forma, começa, ao decorrer dos capítulos, discutir uma teoria social para a geografia e o espaço. Desse modo, a discussão é sobre o espaço e isto significa o domínio de um método e, ele ressalta a pertinência metodológica em geografia.
Esta teoria social discutida é uma teoria da ação e o espaço vem ser resultado da ação e objeto articulados num sistema, logo o espaço, para Santos, vai ser constituído pelos sistemas de objetos e sistemas ações. Sendo assim a ação se mostra e se confirma através do objeto. Este objeto tem autonomia de existência, tem essência, mas não tem significado por si só. O que constitui é determinado pelas diferentes relações que mantém com o todo. A ação é vai estabelecer a ligação e sentido, um significado. Essa relação, para Milton, vai ser dada através da técnica, que liga a ação e o objeto.
No tocante a esse debate, Santos faz uma flexão sobre técnica abordando a sua sistematização histórica. Ele qualifica esta relação do sentido entre os objetos e ações tendo como resultado a evolução técnica. Ele estrutura as diferenças entre o tempo dominado pela natureza, comparando com o tempo já dominado pela técnica. A cada técnica uma nova sociedade e uma nova noção de tempo. A