A natureza do espaço. técnica e tempo, razão e emoção.
A NATUREZA DO ESPAÇO. Técnica e tempo, razão e emoção.
Editora Hucitec, São Paulo, 1996
Quando lança em 1978 Por Uma Geografia Nova (da crítica da geografia a uma geografia crítica), Milton Santos proclama a necessidade de uma teoria social na Geografia. Em 1996, oferece-nos essa teoria social em A Natureza do Espaço
(técnica e tempo. razão e emoção). Nesses 18 anos, toda uma progressão em livros, coletâneas, ensaios que avançam esse intuito: Por uma Geografia Nova se desdobra no Metamorfoses do Espaço Habitado (fundamentos teóricos e metodológicos da geografia), de 1988, já antes passando pelo Pensando o Espaço do
Homem, de 1982, e Espaço & Método, de 1985, e desemboca no Técnica, Espaço,
Tempo (globalização e meio técnico-científico e informacional), de 1994, que antecipa A Natureza da Geografia.
Com risco de reduzi-la ao essencial, não erraria em dizer que a teoria do espaço de Milton Santos fundamentalmente é uma teoria do lugar.
Por Uma Geografia Nova contém os elementos do corpus que se oferece desenvolvido em A Natureza do Espaço. O espaço como histórico produzido, instância estrutural da totalidade, mediação determinada-determinante da história, são noções básicas do livro de 1978, que se robustecem e ganham o estatuto do edifício teórico no livro de 1996. A novidade corre por conta do papel crescente que a técnica, mas, sobretudo, o território, na sua relação ontológica com o espaço (o território é entendido como uma dimensão do espaço) e interativa com a técnica, vão adquirir na trajetória da teoria do espaço enquanto uma teoria social de Milton Santos.
Por outro lado, a teoria social exposta em A Natureza do Espaço é uma teoria da ação. O espaço é o resultado da ação e objeto articulados, potência e ato dialetica-mente integrados num sistema (palavra perigosa). Não se trata de uma teoria da ação pura. A ação exprime-se e se realiza no objeto. O objeto tem autonomia de existência, mas não tem autonomia de