Resenha: a língua de eulália
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: Novela sociolinguística. 17. Ed. São Paulo: Contexto, 2012. 216 p.
Marcos Bagno é professor de linguística da Universidade de Brasília (UNB), pesquisador e estudioso na área de sociolinguística, escritor e tradutor, com formação em Letras, mestrado em Linguística e doutorado em Filologia e Língua Portuguesa. Traz na obra “A língua de Eulália: novela sociolinguística”, discussões sobre as modificações da língua ao longo do tempo, como forma de compreender as mudanças ocorridas na mesma, a partir da variação geográfica e, sobretudo, desvendar os mitos acerca do português padrão e do português não padrão.
O livro “A Língua de Eulália: novela sociolinguística” constitui-se de vinte um capítulos, bastante simples, nos quais são apresentados vários exemplos, conceitos, fatos históricos e comparações que tem como objetivo esclarecer alguns aspectos do português não padrão (falado pelas classes menos privilegiadas da população).
O enredo começa com a chegada das professoras do curso primário de uma escola em São Paulo: Vera, 21 anos, estudante de Letras; Silvia, mesma idade, estudante de Psicologia e Emília, 19 anos, estudante de Pedagogia, à casa da tia de Vera, Irene, uma linguista renomada e professora universitária aposentada, que as convidou para passarem as férias em sua casa em Atibaia.
Na casa moram Irene e Eulália, que chegou à casa de Irene para trabalhar como empregada doméstica e logo se tornou grande amiga, passando a morar com ela e ser tratada como membro da família. Eulália era analfabeta e aprendeu a ler e escrever com sua patroa, além disso, devido a sua maneira diferente de falar despertou o interesse de Irene em pesquisar mais sobre as variedades linguísticas.
Durante um almoço as visitantes percebem a maneira “errada” de falar de Eulália, sentem vontade de rir e desprezam o conhecimento de vida que Eulália possui, mostrando assim um grande preconceito