Período regencial & revoltas
O período regencial, inaugurado após a abdicação de D. Pedro I, em 1831, embora tenha sido considerado por muitos um “ensaio republicano”, revelou-se um contexto turbulento, em que as medidas descentralizadoras permitiram desmandos locais e revoltas violentas em muitas províncias. Essas medidas descentralizadoras levaram ao fortalecimento do poder local e geraram arbitrariedades, em especial dos juízes de paz. Uma sensação de anarquia perturbava os políticos que temiam o descontrole das províncias. Com a abdicação de D. Pedro, consolidou-se a independência e, no período regencial, estruturou-se a nação. Da luta de grupos ou facções, surgiram os partidos políticos. Das lutas populares, deu-se a unidade do território. No período entre a menoridade do príncipe e a primeira década após a maioridade, as forças políticas brasileiras se realinharam. Esse realinhamento foi resultado das revoltas que eclodiram em todo o território. As forças políticas responsáveis pela abdicação de D. Pedro I fragmentaram-se após 1831. A troca de uma facção por outra era muito comum, uma vez que as posições políticas estavam muito mais ligadas aos interesses do que propriamente às convicções ideológicas. Durante o Primeiro Reinado e o período regencial, as elites proprietárias do Centro-Sul tentaram manter o controle político sobre a nação, construindo um Estado voltado aos seus interesses e que reprimisse qualquer tentativa de alteração da ordem social pelas camadas populares. O resultado foi a eclosão tanto de revoltas populares quanto de elites regionais marginalizadas em todo o território nacional. Os motivos para a eclosão das revoltas foram os mais variados e expressaram desejo de mudanças sociais das camadas populares e a difícil situação econômica do país. Contudo, esses movimentos não apresentaram uma unidade ideológica, o que, os enfraqueceu. As principais revoltas ocorridas no período regencial foram: a Cabanagem, no Pará (1833 a 1840);