Resenha "A ciência e as ciências sociais"
1322 palavras
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O tema em torno do qual o texto se constrói é o da legitimidade das ciências sociais serem consideradas “ciência” tanto quanto a biológica, a física, etc. Logo no início do texto Babbie descreve uma crescente mudança nas disciplinas contempladas pelo termo “ciências sociais”, que se mostra como uma alteração na ênfase de estudo, como por exemplo, na antropologia que segundo ele, teve uma diminuição no foco para a etnografia, expondo o movimento de aproximação das ciências sociais com as físicas, ou seja, uma “passagem da ênfase na descrição para a análise sistemática” (p.57). O autor defende que não há razão pela qual o estudo do comportamento humano seja menos “científico” ou legítimo que o estudo de átomos e moléculas. A fim de fundamentar o argumento, ele descreve vários aspectos das ciências sociais. Babbie ressalta que os fenômenos sociais podem ser medidos, e essa é a base para qualquer ciência. Pode-se medir a quantidade de suicídios em um país, por exemplo, e disso tirar uma conclusão sociológica, assim como fez Durkheim. Com base nessas medições podem ser observadas as regularidades sociais, como o fato de que “mulheres tendem a ser mais religiosas que homens” (p.59), tal tipo de afirmação está sujeito a três formas de crítica. A primeira, o relato pode ser acusado de óbvio. Segunda, podem ser apresentados casos e comportamentos contraditórios, o que apontaria que as afirmações não seriam totalmente verdadeiras. Terceira crítica seria a de que as pessoas poderiam perturbar a regularidade se quisessem. Babbie rebate a primeira forma de crítica baseado no argumento de que até o relato do óbvio é importante para a ciência, qualquer que seja ela, chega até mesmo a classificá-lo como imprescindível. Quanto à terceira crítica, o autor rebate afirmando que muitas vezes a vontade de uma pessoa, ou um grupo de pessoas, de alterar a regularidade social está compreendida por esta mesma regularidade. O autor segue o raciocínio fazendo uma descrição da