Resenha - Unidade de terapia intensiva neonatal
Apesar da introdução do cateter central de inserção periférica nas unidades do município com a capacitação dos enfermeiros e a elaboração de protocolo, as medidas adotadas não foram suficientes para a incorporação dessa tecnologia no cuidado dos recém-nascidos de forma a minimizar os danos causados pelo uso frequente dos acessos venosos periféricos.
Destaca-se entre as tecnologias imprescindíveis para garantir a sobrevivência dos recém-nascidos de risco. Contudo, é fonte de dor, estresse e complicações graves. Objeto de estudo foram os significados da prática da terapia intravenosa na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), mais especificamente: analisar os significados atribuídos à prática da TIV pela equipe e discutir como esses significados refletem no cuidado do recém-nascido. Trata-se de um estudo de caso etnográfico com referencial teórico da antropologia cultural, realizado em uma UTIN pública do município. Os sujeitos foram nove enfermeiros, quatro médicos, três técnicos e quatro auxiliares de enfermagem. Os dados foram coletados através de entrevista semi estruturada e observação participante.
Repetição de alguns termos no esquema procura ilustrar a dinâmica da construção do sistema de códigos pelos sujeitos, pois em qualquer lugar da teia (cujo centro é a punção venosa periférica), os significados estão entrelaçados influenciando e sendo e influenciados uns pelos outros, mantendo o padrão cultural que estrutura prática da TIV e repercute de diferentes maneiras no cuidado do recém-nascido. Por exemplo: o termo "veinha", que representa a banalização da punção, evolui para "veia difícil", que precisa do "bom de veia" por causa do esgotamento da rede venosa.
A análise qualitativa foi realizada utilizando-se o método da interpretação dos sentidos. Os significados, quando entrelaçados na "teia cultural", revelaram que a prática da TIV é reduzida a técnicas de punção venosa periférica, acarretando sérios agravos para os recém-nascidos e