Resenha - Um lugar sem limites - José Donoso
O lugar sem limites é um romance quem em 1966 foi publicado, pelo escritor José Donoso. Donoso [1924-1996] é um dos grandes nomes da literatura chilena e um dos romancistas mais relevantes do chamado “boom” literário latino-americano dos anos 1960 e 1970. A estrutura e o assunto da obra, já foram capazes de incitar vários debates e também trazer várias interpretações diferentes, suscita questões sobre gênero e de sexualidade. Sua personagem principal, Manuela, é peculiar e bem complexa; o ambiente que a cerca e que ela está incluída oscila entre a visão fiel da realidade e a mera fantasia, marcada por sua condição, que Donoso faz uma crítica ao machismo e a essa sociedade tão devota do patriarcado.
O autor discorre sobre um único dia na vida de Manuela, que é Manuel Gonzales Astica, um travesti que administra um prostíbulo junto com sua filha Japonesita em El Olivo, um local “apagado”, dentro do Chile, onde Alejandro Cruz reina um grande latifundiário e político local. Toda a narrativa gira em torno de uma tensão gerada pela chegada de Pancho, um caminhoneiro, e também provável filho bastardo de Dom Alejo e amante ocasional de Manuela, que já fora ameaçado fisicamente e prometido que se houvesse segunda vez, ela não sobreviveria. Com toda essa narrativa voltada na expectativa a cerca do retorno dele, e partindo daí remonta em pequenos flashbacks, sucessivas analepses, memórias mais significativas do passo de Manuela, como quando ela foi chamada para ser dançarina no bordel, quando cumpriu o desafio dado por Dom Alejandro á Japonesa Grande, até então dona do prostíbulo, se ela tinha a capacidade de seduzir e excitar Manuela, a ponto de ambas fazerem sexo, fruto disto foi nascimento da Japonesinha. Pancho chega na companhia de Otávio,seu cunhado, dançaram, beberam, até dado momento em que questiona seu amigo se deixaria beijar por Manuela, o que traz a tona toda a