VIII par craniano
O epitélio do ouvido interno desenvolve-se precocemente na vida embrionária como sulco do ectoderma e mais tarde separa-se deste para formar uma vesícula. Determinadas áreas do epitélio tornam-se mais tarde diferenciadas em epitélio sensorial. O ducto coclear, assim como os ductos semicirculares e o sáculo e o utrículo formam-se a partir da vesícula ótica primaria original. Filogeneticamente, o sistema vestibular aparece antes do coclear. Todos os vertebrados possuem algum tipo de órgão vestibular, já razoavelmente bem desenvolvido em tubarões, enquanto um órgão da audição marca seu aparecimento primeiro nos anfíbios. Pode ser visto de cima o labirinto ósseo direito incrustado no osso temporal, contendo na porção anterior a parte auditiva e na posterior a do equilíbrio (Fig.1).
Fig. 1
DeJong, 05
O nervo vestíbulo coclear tem dois componentes: o vestibular e o coclear. O primeiro é responsável pelo equilíbrio, coordenação e orientação espacial e, o coclear, pela audição. Ambos são classificados como aferentes especiais somáticos, mas têm conexões centrais diferentes. Os
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mecanorreceptores da audição e do equilíbrio são células de origem epitelial, capazes de gerar potenciais receptores quando estimuladas, sendo as responsáveis pelo mecanismo de transdução mecanoelétrica. Ambas estabelecem contato sináptico com fibras nervosas pertencentes às células de segunda ordem, que são neurônios, e é nesses neurônios que ocorre o mecanismo de codificação neural, geração de salvas de potenciais de ação.
A história do sistema vestíbulococlear pode ser traçada dos tempos da Grécia antiga. Platão disse que a audição ocorre por um movimento iniciado pelo ouvido e que termina no fígado;
Aristóteles (384-322) AC, esboçou o conceito de que o ouvido interno situado no occipício do crânio formava a base da audição; em 97 DC, Rufus de Ephesus descreveu a anatomia auricular do ouvido interno, usando as