RESENHA Totem
TEORIA SOCIOLÓGICA II
RESENHA
Totem e Tabu – Sigmund Freud
Por Danilo Fagno
Em sua obra “Totem e Tabu” (1913), que se situa mais ou menos na metade de sua produção intelectual, Freud tinha por objetivo o estudo das interdições sociais tendo por base o comportamento social de sociedades pré-religiosas, as sociedades totêmicas. Para isso estabeleceu como partida de sua análise o que Darwin chamava de horda primária, um agrupamento primitivo de indivíduos regidos por uma ordem de natureza violenta e totalitária, governada, por assim dizer, por um macho alfa, que reivindicava pela força o direito sobre o bando, suas riquezas e suas fêmeas.
Os esforços de Freud a partir daí são em correlacionar estes comportamentos com o estudo da psicologia e traçar parâmetros dos quais se pudessem entender como surgem e qual a função dos tabus e interdições impostos aos indivíduos nas sociedades modernas. Para Freud, esses tabus, medos e comportamentos neuróticos estariam presentes em sua forma, modificando apenas seu conteúdo, em todas as sociedades.
O que Freud aponta, com dados e um estudo baseado na antropologia, é que as sociedades totêmicos, grupos clânicos constituídos em volta de uma símbolo – o totem – adotavam uma dinâmica de forma a se estabelecer o que hoje chamaríamos de controle social. O totem, geralmente representado por um animal, este sagrado e atribuído de tabus e sanções aos que violassem esses tabus, organizava o grupo de modo a conter o instinto violento de dominação de um indivíduo sobre os demais. O totem, surgido do parricídio, quando o grupo assassina o macho dominante, estabelece então interdições a fim de manter a estabilidade social do grupo.
A maior parte desses tabus, de cunho sexual, impediam situações de conflito pela tomada a força do domínio do grupo. Uma das formas evidentes desses tabus era a proibição, a um certo grau, do incesto. Organizava-se então a horda em grupos exogâmicos, ou seja, que