Totem e Tabu - Resenha
Resenha
Nesta obra, Freud procura explicar um dos principais tópicos da Psicanálise com base em exemplos antropológicos: O Complexo de Édipo. É importante ressaltar que, por mais que a Psicanálise não venha a ser modelo científico para pesquisas (e Freud sabia muito bem disso), ela possui argumentação teórica e histórica sobre o funcionamento da psique humana que hoje transparece numa analogia ao que a contemporaneidade sofre – a neurose.
No livro, o autor consegue montar um dossiê de comprovações (em específico os aborígenes da Austrália) sobre o que vem a ser o Totem, que nada mais é do que a simbologia que regia clãs e grupos, a fim de possuírem uma identificação singular e uma marca que os diferenciava de outros grupos. Cada clã possuía seu Totem específico e nele, suas regras, costumes e dogmas variados.
Com o sacramento do Totem, a proibição era a de membros de um mesmo clã se unir afetivamente e assim, procriarem. A exogamia era quase que obrigatória e vista como algo bom entre os membros dos clãs e quem violasse tal proibição era punido com a morte, para que servisse de exemplo aos outros. Freud também ressalta que, para haver tal proibição, a inclinação para o ato existia. Pois só se proíbe aquilo que já foi, ou possui altas chances de ocorrer. Ou seja, a representação familiar era caracterizada pelo Totem, enquanto a endogamia era o Tabu.
Trazendo para a contemporaneidade, Freud mostra de maneira clara e sucinta que apenas o símbolo foi alterado: O desejo sobre o proibido persiste e sua repressão caracteriza a neurose. O Totem, representação de família na época, é representado hoje em dia pela figura da primeira personagem (e principal) das teorias psicanalíticas: A mãe. O Tabu figura a relação incestuosa que desde muitos anos é proibida de maneira visceral entre as sociedades.
Por fim, o autor exibe conceitos primitivos que foram transferidos para a sociedade de hoje com sua mesma essência. A Horda