resenha rodolfo ilari
Neste texto Rodolfo Ilari descreve incialmente a contribuição que o professor Carlos Franchi deu à linguística brasileira e o quanto às suas teses sobre a natureza da linguagem e o quanto foram assimiladas e motivaram pesquisadores de mais diversas áreas. Uma dessas teses afirma que a linguagem deverá ser reconhecida como uma atividade constitutiva.
A intenção principal de Ilari não é explicar o conceito de atividade constitutiva tal como Franchi o fez ou o caracterizar. O que ele pretende é fazer uma reflexão, refutando algumas teses que levariam a uma redução ou mesmo distorção do constitutivo. Havendo ainda uma segunda parte em que ele mostra exemplos de processos em que o caráter constitutivo da linguagem aparece de maneira mais latente.
A língua não é uma nomenclatura
Nesse trecho do texto Ilari recorda a questão de que a ideia de nomenclatura e a sua exclusão remonta Saussure, visto que para ele os significados linguísticos não são confundidos com os objetos, nem com as ideia pelos quais os definimos. O significante e o significado são entidades intralinguísticas de maneira relacional, sendo todas as unidades opositoras entre si no interior de um mesmo sistema. Levantando varias citações do Curso de Linguística Geral de Saussure, o autor nos recorda algumas observações de Saussure sobre a língua como entidade autônoma cujo caráter principal é ser uma interface, e que as substancias fônicas e psíquicas são caóticos até que a língua venha a impor uma “organização”. Mais adiante ele retorna a tese da arbitrariedade radical, que se aplica, segundo o autor, a cada língua historicamente dada e não às palavras. E quanto a isso o autor coloca que essa questão da arbitrariedade radical das línguas historicamente dadas pode levar a uma definição de “constitutivo” pois trata da questão de como as línguas se formaram e se estabilizaram. Em seguida ele cita