Resenha raça e cultura levi strauss
Nos capítulos três e quatro de Raça e História, Lévi-Strauss dirige seu pensamento ao etnocentrismo e a participação das culturas arcaicas e primitivas no dito evolucionismo cultural.
Lévi-Strauss observa que o etnocentrismo, é uma postura de rejeição e de menosprezo perante formas culturais diferentes, e é paradoxalmente um traço cultural comum entre a maioria das culturas. O autor cita exemplos de posturas etnocêntricas adotadas por diferentes sociedades, no tempo e no espaço, na antiguidade, os povos que não compartilhavam da cultura greco-romana eram considerados “bárbaros”; da mesma forma a civilização ocidental costuma se referir aos povos que não adotam seus valores como “selvagens”.
Para combater o evolucionismo, Lévi-Strauss questiona as bases nas quais este se apoia. Conforme o autor há uma grande alusão em comparar sociedades que compartilham o tempo, mesmo estando em partes diferentes do espaço, como acontece com as sociedades “arcaicas” e a Ocidental. Essa é a primazia do evolucionismo, já que os objetos utilizados nessas sociedades são os mesmos utilizados na Europa no período neolítico. As pinturas rupestres seriam ritos de caça que as aproximaria das sociedades arcaicas; a América estaria, na época da descoberta, no mesmo estágio no qual a Europa se encontrava no período neolítico, devemos levar em conta as diferenças entre as culturas contemporâneas, que coexistem num determinado período de tempo; bem como entre as culturas que ocupam momentos históricos diversos, salientando que no caso dessas últimas não temos acesso ao seu conhecimento pela experiência direta, o que sem dúvida prejudica a observação de toda sua riqueza e complexidade. Ainda, destaca a existência de povos que não adotaram a escrita, fato que inviabiliza o conhecimento preciso de suas formas anteriores. Portanto, não é possível elaborarmos um inventário completo das culturas no espaço e no tempo; jamais seremos capazes de conhecer