Resenha: por uma outra globalização de milton santos
LAÍS CAMPOS BISPO BARBOSA[1]
O autor trás uma visão ainda não vista sobre a globalização, fazendo uma análise do funcionamento atual dessa globalização que presenciamos, o processo de internacionalização do mundo capitalista, que possui como um dos seus elementos fundamentais o Estado das Técnicas, assim como também demonstra que vivemos a construção, ou melhor, reconstrução dessa globalização para um modelo mais humanizado. Parte daí a necessidade que o autor mostra de uma nova interpretação do mundo contemporâneo, onde o papel da ideologia na produção, assim como na disseminação, reprodução e manutenção são fundamentais dessa globalização.
Atualmente a globalização se apresenta como fabula ou até mesmo como mito, onde há a crença da homogeneização do mundo, onde este ficaria ao alcance de todos e assim distâncias não seria mais problema, tal crença é apresentada como uma “aldeia global”. Mas o que acontece na verdade, é que ao invés dessa homogeneização, há o aprofundamento das diferenças. Com esse cenário manipulado que tentam nos transmitir, o autor a caracteriza como sendo uma globalização com caráter perverso. Isto porque ao invés de um mundo de oportunidades, há o aprofundamento e generalização do desemprego, da pobreza, da fome e desabrigo em todos os continentes. “Alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais, como os egoísmos, os cinismos e a corrupção” (SANTOS, 2000: 20).
São quatro os fatores que resultam nessa forma de globalização. O primeiro seria a unicidade da técnica, em que várias técnicas passam a comunicar entre si, por meio da técnica da informação; quando um ator não possui condições de fazer uso dessas técnicas, ele acaba por se tornar e excluído e dependente de quem pode. O segundo seria a convergência dos momentos, que é a possibilidade de se ter conhecimento do que