Resenha - Política Econômica do Governo Costa e SIlva

A política econômica do Governo Costa e Silva 1967-1969 (José Pedro Macarini)
O artigo escrito por José Pedro Macarini retrata o governo Costa e Silva, caracterizado pelo início da retomada do crescimento e por inflexões na condução política econômica: heterodoxa (1967-1968) quando se afastou da linha de ação anterior do PAEG e ortodoxa (1969) quando sua ação orientou-se exclusivamente ao combate à inflação. O autor buscar mostrar que a política econômica do regime experimentou uma importante reorientação em relação ao governo Castello Branco, procedendo-se a uma tentativa de síntese da perspectiva heterodoxa que então tornou-se dominante.
Em sua primeira fase a ditadura militar, durante o governo de Castello Branco, deu-se prioridade explicita e enfática à política econômica de combate à inflação - apontada como a causa raíz da crise econômica que se instaura durante o fim do ano de 1963. A face austera exibida pelo regime durante o governo Castello Branco tinha como metas definidas para 1964 a redução da inflação para 10%a.a e a retomada do crescimento econômico às taxas próximas de 6%a.a.
O diagnóstico da inflação feito pelo Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) supunha que o crescimento excessivo da demanda agregada era a causa essencial do aumento geral no nível de preços – configurando-se, assim, uma inflação de demanda. Os fatores específicos que suscitavam esse comportamento da demanda estavam ligados ao desiquilíbrio orçamentário e na expansão do crédito (impulsionado pelo Banco do Brasil, misto de autoridade monetária e banco comercial), secundados pelo movimento dos salários nominais, único componente do custo enfatizado. Dessa análise decorreu um programa de ação centrado na redução/eliminação do desiquilíbrio orçamentário, controle da expansão monetária creditícia (estabeleceram-se metas de desaceleração sucessiva do crescimento nominal) e contenção dos reajustes salariais nominais dos trabalhadores assalariados. Sua execução concreta,