Resenha Normal Patológico
TERESINA
07 de julho de 2012
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NORMAL-PATOLÓGICO, SAÚDE E DOENÇA: REVISITANDO GANGUILHEM, PHYSIS: Ver. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 9(1)13-36, 1999.
RESUMO DO LIVRO Georges Canguilhem foi um dos precursores da Saúde Coletiva no Brasil, sua obra versa sobre a relação entre o normal e o patológico. Destaca-se também por ter sua epistemologia ligada aos preceitos marxistas no tocante a Saúde Coletiva. A ideia vigente à época tratava da diferenciação entre o patológico e o normal por uma ótica quantitativa de maneira que a saúde e a doença estariam reduzidas a um mesmo estado e condicionado aos estímulos. A partir de sua tese de doutorado, Canguilhem pôs em contestação o pensamento vigente ao afirmar que o normal e o patológico são fenômenos qualitativamente diferentes e opostos. O estado patológico é uma nova dimensão da vida e individualista, não ocorre da mesma maneira ou pelo mesmo condicionamento. Ele afirma que a acepção quantitativa devia-se ao ideário de ordem e o desejo de sanar através de terapia a patologia. Dizer quer algo é normal consiste em estabelecer uma existência, por lógica o que não é normal – anormal – designa o oposto. Para Canguilhem, o normal não exclui o anormal para tanto afirma que o anormal não se trata da ausência da normalidade, mas de um experiência de viver com a patologia. A norma nada mais seria do que a moldura que delimitaria a capacidade máxima de um ser para tanto admite desvios individuais que não seriam essencialmente patologias. A vida não possui reversibilidade, ou seja, o máximo adquirido são reparos – a cura não garante da saúde, podendo a mesma está mais próxima da doença. Até meados do século XVIII a medicina primava mais a saúde do que a normalidade, isso só mudaria no século XIX quando o organismo começou a ser desvendado, presenciou-se a o lado falho da natureza humana.