Resenha Mario Chagas
LIVRO: “HÁ UMA GOTA DE SANGUIE EM CADA MUSEU” A ÓTICA MUSEOLÓGICA DE MÁRIO DE ANDRADE
AUTOR: MÁRIO CHAGAS
REGINA MARIA PEREIRA SAMPAIO FERNANDES GOMES
RIO DE JANEIRO
2013
Há uma gota de sangue em cada museu, obra de Mário de Souza Chagas, publicada em 2006, retrata que o poeta Mário de Andrade nos mostrou muito sobre o saber e o fazer museológico, e o que causa indignação no autor é justamente que quase ninguém da área conhece ou dá valor a esta veia museológica do poeta. Compreendo como a gota de sangue, no poema e no museu, o visível e o invisível, por exemplo: exposição de guerra sabe-se que as armas usadas fizeram correr o sangue dos soldados, apesar de não estar presente nas armas, está na memória de quem aprecia a coleção. Os museus são lugares de memória e de poder, e sendo assim memória e poder caminham juntas. Alguns museus celebrativos de memória e poder, ainda sobrevivem e continuam ditando regras,para eles a ideologia é o ponto crucial ,além do culto a saudades e os gloriosos acervos.Eles querem ser momentos e não um documento, e tentam assim mostrar seu poder religioso, econômico e etc, sobre outros grupos.Isso acarreta o distanciamento dos museus da sociedade,é preciso que os “lugares de memória” estejam a serviço do desenvolvimento social e cultural e não como privilégio de grupos seletos na sociedade.O museu precisa democratizar o acesso aos bens e sobretudo a produção cultural. O compromisso é com o ser espaço de relação mostrando sempre a gota de sangue.
“A existência do museu - afirma Pessanha (1989, p. 1) - inscreve-se no conjunto de gestos humanos que tentam preservar da corrosão do tempo os traços ou vestígios do já feito, já criado, já acontecido. Inscreve-se, assim, no conjunto de esforços e estratagemas para resgatar o tempo perdido, por meio de algum tipo de reconstrução narrativa, fabulatória ou pretensamente científica. (...) O