RESENHA LONDRES E PARIS NO SÉCULO XIX: O ESPETÁCULO DA POBREZA
O processo industrializador além de proporcionar mudanças políticas e econômicas na Europa, também influenciou no cotidiano das pessoas provocando transformações em suas atitudes Esta mudança além de transformar as ações, modifica o cenário da Europa, a paisagem urbana uma imagem freqüentemente associada às idéias de caos, de turbilhão, de ondas, metáforas inspiradas nas forças incontroláveis da natureza.
Na proporção em que se desce de nível social, se vai percebendo o tratamento e a noção de marginalização imposta pelos governos às pessoas de menos sorte, a aglomeração e a acumulação de pessoas nos bairros pobres londrinos e parisienses é tanta que nas casas são usados até os porões de moradia, e em todo lugar se acumulam detritos e água suja, vidraças dificilmente se encontram inteiras e trabalhadores, como prática usual dividem lugar com doentes mendigos e prostitutas. A teoria da degeneração urbana vai cada vez mais agregando adeptos e confirmava a Idéia Sanitária que inspirava poetas, artistas e administradores da década de quarenta, que acreditavam que investir em infra-estrutura e obras no sentido do que chamamos hoje de saneamento básico, tinha um menor custo em relação aos custos da doença, pois era com uma preocupação em que por decorrência de uma epidemia ou algo do gênero se interrompesse o trabalho, algo que em Londres, até a década de sessenta gerou altos custos aos cofres públicos e privados. Além de todos esses fatores soma-se o trabalhador londrino da metrópole não ser bem visto ante os empregadores, pois é fraco e tem suas constituições físicas quebradiças. Em 1880 essas posições dos empregadores se afirmam com a teoria do darwinismo social, e a confirmação do imigrante como trabalhador mais indicado para