Resenha - Livro O pensamento sentado

O PENSAMENTO SENTADO
Sobre glúteos, cadeiras e pensamentos
Resenha – Por Cristiane Rodrigues dos Santos Viegas
O livro trata do comodismo das pessoas tanto em relação ao corpo físico quanto as ideias que passam a se acomodar juntamente com o corpo
Nos primeiros capítulos a autor vem nos mostrar que o grande pensador da humanidade tinha a postura ereta e seus brilhantes ideias se desenvolviam quando eles estavam em movimento
No mundo contemporâneo nossa conexão está cada vez mais parada, sentada a atônita os grandes projetos não exigem mais dos seres humanos muitos esforços físicos e tão pouco requer q ele se levante para se locomover.
Os capítulos do livro de Baitello Jr. saltam, pulam de um assunto para outro, voltam, para retirar do leitor o comodismo já usual no hábito de ler.
Nietzche já havia falado sobre o Sitzfleich – cujo significado literal é carne do assento, mas, numa tradução mais adequada ao momento, é sedentarismo. O pensador aconselhava não dar crença a um pensamento que tivesse origem nessa situação de conforto extremo. Um pensamento sem saltos, impulsos ou vivacidade, portanto, previsível e acomodado, nas palavras de Baitello.
Houve tempo em que mesmo a leitura do livro era feita em pé ou caminhando, que a elaboração de ideias se realizava em movimento. Assim o fazia Goethe para fazer germinar palavras . François Truffaut, em Fahrenheit 451, encarnou os livros nos corpos que andavam declamando suas páginas para que eles não se perdessem após a destruição de seu suporte inflamável.
O humanista e antropólogo britânico Ashley Montagu salienta que entre os primatas (como lêmures, társios, macacos ou gorilas, por exemplo) o homem foi o único a não ter mais seu abrigo nas copas das árvores. Ao se tornar ereto, perdeu a agilidade para os saltos e a leveza do habitat suspenso. O ser humano passa a desenvolver glúteos fortes, encarregados da manutenção dessa postura.
E agora o ser humano passa a caminhar, a andar, correr perigo, conhecer.