Resenha Humano, simplesmente humano.
THAÍSA DRIELLE LOUZEIRO PRIVADO
RESENHA: HUMANO, SIMPLESMENTE HUMANO
São Luis
2015
LESSA, Jadir. Humano, Simplesmente Humano in: Jornal Existencial. Rio de Janeiro. Disponível em < http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/humano.htm> Acesso em 26 de junho de 2015.
Lessa em Humano, simplesmente humano relaciona ter ser humano à liberdade autêntica de ser o que se é, de assumir os próprios pensamentos e sentimentos e de aceitar a liberdade do outro da maneira que vive a sua.
Entende-se que na relação com o cliente almeja-se possibilitar a transformação e a libertação deste das amarras impostas pela sociedade e por si mesmo, amarras estas que impedem existência humana autêntica e imperfeita, usando dos termos do poema de Fernando Pessoa apropriado por Lessa, libertar-se seria tornar-se o que se verdadeiramente é: mesquinho, submisso, arrogante, grotesco, ridículo, absurdo. Indesculpavelmente sujo, libertar-se é deixar para trás as amarras de semi-deuses e existir enquanto humano, de maneira mundana, terrestre e livre.
Lessa ainda menciona Heidegger ao falar da solidão, sendo esta constituinte do humano e inegável ao ser-no-mundo, ainda assim, trata-se de uma escolha, escolha entre abandono e liberdade, pois enquanto abandono a solidão sufoca, imobiliza e culpa o outro pelo desamparo. No entanto, ao compreender a solidão como liberdade, compreende-se um humano que se move em suas possibilidades, que está aí no mundo com o outro, existindo de maneira livre e, portanto, autêntica.
O texto ao ser construído de maneira poética faz apelo ao sentimento, ao subjetivo, para além da teorização do que é liberdade ou solidão; é um contato afetivo que pretende alcançar e mexer com aquilo que é mais originário no humano, a angústia de um existir finito.