Resenha Foucault
O livro descreve inicialmente a punição de um assassino do pai (parricida) e todos os tipos de pena/castigo que era aplicado aos criminosos da época. Cada etapa deste ritual macabro é descrito de maneira esmiuçada, bem detalhada, fornecendo ao leitor a percepção de todo o castigo imposto ao condenado.
É perceptível conforme a leitura que os castigos eram verdadeiros suplícios onde os acusados tinham seus corpos expostos á brutalidades físicas dignas de verdadeiros chacais, tortura e humilhação pública, e esta não sendo tão somente uma violência física, mas também psicológica em todos os atos de penalização, um verdadeiro show de horrores. Além da multidão, os carrascos, o comissário de polícia, o escrivão, os confessores, e os oficiais. Tudo já programado, desde o trajeto em direção ao local de onde seriam punidos e cada operação da punição, dependendo da resistência do criminoso quanto tempo de duração poderia ir até a morte.
30 anos depois, foi criado um novo regulamento em Paris, as penas eram aplicadas conforme o crime cometido, bem como, o tempo de tortura a ser executado. Sendo assim, este é um livro que aborda ao longo de séculos, os meios e métodos de punição, repressão, disciplina e castigo impostos aos criminosos, desde a Era Medieval ao tempo contemporâneo.
Em destaque podemos dizer que a primeira parte do livro tenta resumir em tese todo o texto que será tratado, suas diversidades de métodos, a evolução dos pensamentos, do sistema de poder e de como conter as massas, passando para a humanização e o estudo da alma humana, na tentativa de assim estudar cientificamente todas as relações de poder e os seus objetos.
Terceira parte: a disciplina
Os corpos dóceis:
Neste capítulo, talvez um dos mais conhecidos da obra, Foucault descreve toda a maquinaria (ou microfísica) do poder, constituída por detalhes sutis e invisíveis, presente nos séculos 17 e 18. Tal microfísica serve à produção de