Resenha Foucault

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - CCH
ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA

Rafaela Felipe Alves da Silva

Resenha TPDA: A Ordem do Discurso

Rio de Janeiro
2015

TEORIAS E PRÁTICAS DISCURSIVAS NA ESFERA ACADÊMICA - TPDA

VERSÃO 1 RESENHA

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola, 1996.

A obra intitulada “A ordem do Discurso” se refere à aula inaugural de Michael Foucault ministrada no Collège de France em 1970. A leitura, inicialmente, pode parecer um pouco enigmática e incompreensível para os que não estão familiarizados com sua linguagem, sua obra. Entretanto, com um pouco mais de atenção, é possível se envolver logo nas primeiras linhas, quando Foucault inicia seu discurso já relatando, quase de forma poética, a grande dificuldade de se iniciar qualquer discurso. Torna pública sua tamanha inquietação diante das palavras que deverão ser proferidas de ali em diante e a responsabilidade que um pronunciamento carrega podendo, inclusive, sofrer inúmeras interpretações equivocadas e se difundir dessa forma.
Após refletir e analisar todo esse desejo de se esquivar da ordem do discurso, Foucault faz uma crítica pertinente à “forma ritualizada” que é agregada ao processo de discursar. Tal formato é imposto pela instituição que supervisiona e dita suas leis, transformando o discurso numa solenidade dispensável. Compreende-se, portanto, que o discurso por si só não possuiria o mesmo valor se não houvesse uma instituição por trás lhe creditando esse poder. Foucault afirma que não desejaria ter de entrar na ordem arriscada do discurso categórico, já que esse pode representar um grande perigo ao se propagar indefinidamente.
Outros elementos interessantes abordados ao longo do discurso implicam nos procedimentos de exclusão. Essa exclusão é bem exemplificada no texto através do discurso do louco, que é visto como um discurso inválido e nulo desde a Idade Média.