Resenha - Filme o Corte
O fenômeno da globalização contribuiu para a exclusão das fronteiras entre países e economias, causando forte impacto na sociedade contemporânea em países por todo o mundo, especialmente aqueles países em desenvolvimento, os chamados emergentes, como é o caso do Brasil. A nova lógica competitiva que impera no mercado impõe novas maneiras de condução das atividades empresarias, os modelos de relação de trabalho passam por mudanças, surgem novos paradigmas e dilemas éticos. Esta reflexão nos é trazida pelo filme “O Corte”, de Costas Gravas, uma obra que trás uma forte crítica ao modelo econômico capitalista atual. O filme retrata em grande parte o contexto vivido pela sociedade atual, quando após uma fusão ocorrida na empresa francesa do segmento de papel, há um processo de demissão em massa e isso abala vida de um dedicado engenheiro, chamado Bruno Darvert, um profissional bem sucedido que que vivia bem com sua família e que, após 15 anos de dedicação e fidelidade à empresa se torna alvo dos cortes. É esse o momento que se instaura uma das importantes lições o filme, no momento em que Bruno parte em busca de um novo emprego no mesmo segmento onde já atuava. O personagem, começa a literalmente “eliminar” seus concorrentes em potencial. Bruno, por meio de tiros a queima roupa, mata os profissionais que, de acordo com as qualificações profissionais demonstradas no currículo, poderiam passar nas entrevistas de emprego ao invés dele.
Tal situação comparada ao contexto brasileiro atual nos permite diversas análises. A primeira delas é relacionada ao boom de formação universitária ocorrido no país, o que torna o mercado de trabalho de disputas mais iguais e concorridas, já que a formação está ao acesso a todos. Fazendo uma analogia de forma metaforica ao filme e diante da situação que o país vive hoje, pode-se dizer que, para enfrentar o mercado de trabalho brasileiro atual é preciso se diferenciar, afim de “eliminar”, se sobressair frente aos