Resenha do filme “O Corte”
O filme retrata uma critica ao que é o representa o mundo corporativo e como o capitalismo encara o trabalho e sua função, questiona de maneira bem humorada como os valores empresariais incentivam a sociedade tão consumista e como isto incentiva as competições amorais e anti-éticas em um mundo regido pelo capitalismo empresarial e pela competição desumana.
A “lei da selva” retratada na obra, nada mais é do que a realidade brutal e aprisionante das grandes cooporações. Bruno, o protagonista do filme, transborda sentimentos de ódio e frustração pela sua demissão que represente mais do que uma simples “dispensa” de um cargo, é por si só a perda do seu status em contexto social onde isso é tão valorizado. A obra segue retratando sempre que possível os símbolos do bem-estar expostos na publicidade, que nos fazem refletir sobre que modelo de vida nos propomos a ter e como a adoção desse padrão é na realidade o esteriótipo normativo ao qual a sociedade se submete, fator que se torna intrínseco a própria estrutura do capitalismo. Outro aspecto de igual valor retratado, é a naturalização da violência representada em um mundo insano , o que pode ser tomado como uma alegoria ao que é hoje “o mundo dos negócios” , desde a formação familiar instável até os o poder de decisão do grande burguês no destino de conglomerados de desempregados, tudo isso coopera pra um mesmo fim. Resta claro também que o mesmo personagem que é a representação do “assassino” poderia ser retratado como vitima, pois todas as vítimas apresentavam um padrão de vida parecido com o seu, moram em casas parecidas, em bairros parecidos, tinham ideias assemelhadas, ou seja, eliminar o seu concorrente pode ser como eliminar a si próprio. O que demonstra o espirito autodestrutivo da sociedade, o que nos faz crer que o confronto seja com nós mesmos e que esse confronto não terá nunca um fim. Paralelamente, é fácil atestar a semelhança da situação retratada com o drama