Resenha Filme O contador de historias
453 palavras
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Aqueles que acompanham pela primeira vez Roberto Carlos Ramos narrando um de seus contos fantasiosos jamais imaginaria que este sujeito, reconhecido como um dos dez melhores contadores de histórias do mundo, teve uma infância difícil e entregue a marginalidade ao ser deixado pela mãe ainda pequeno na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor, a FEBEM. É este extenso episódio da vida de Roberto Carlos que o diretor Luiz Villaça se interessa com maior intensidade. Casado com a atriz Denise Fraga, o cineasta, inclusive, deixa para trás a péssima impressão que ficou com o fraco “Cristina Quer Casar”, protagonizado pela sua esposa.Com seis anos de idade, Roberto Carlos Ramos (nesta fase vivido por Daniel Henrique) vem de uma família pobre, tendo nada menos que nove irmãos. Sua mãe, interpretada por Ju Colombo, assiste a um comercial da FEBEM no vizinho (como narrado no filme, toda a comunidade onde vivia Roberto se juntava para ver televisão somente aos domingos em uma única casa) e acredita que este lugar tornará o futuro de seu filho muito melhor. A sua expectativa é que Roberto saia de lá como um doutor, mas a realidade, aquela que já estamos bem familiarizados, transforma Roberto em um pequeno marginal quando aos sete anos se muda para uma ala frequentada por outros marginais de até catorze anos. Entre uma fuga e outra (foram calculadas nada menos que 132 tentativas), Roberto, agora interpretado por Paulinho Mendes, conhece a pedagoga Margherit Duvas (a portuguesa Maria de Medeiros, em uma interpretação marcada por incríveis sutilezas), que diz estar brevemente no Brasil para uma pesquisa sobre “crianças irrecuperáveis”.
Fica para o espectador interessado em desvendar o choque deste convívio. Basta somente informar que durante esse processo Roberto Carlos descobrirá uma paixão pela leitura. O diretor Luiz Villaça retrata esta história com ternura e não permite que ações cruéis, jamais suavizadas pelo roteiro, transformem o drama em mais um título derivativo de