Resenha: Estadania sem cidadania
Estadania sem cidadania
No artigo Cidadania ou “estadania” na gestão pública? dos autores: Daniela Meirelles Andrade (professora do departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras), Carolina Lescura de Carvalho Castro (professora assistente do departamento de Turismo da Universidade Federal Fluminense) e José Roberto Pereira (professor associado da Universidade Federal de Lavras), disponível em , contextualiza todo um processo histórico que evidencia uma cultura orientada mais para o Estado – a estadania. O objetivo do estudo é apresentar os elementos centrais sobre a democracia e cidadania e demonstrar como a formação histórica do Estado brasileiro impulsionou o fortalecimento de uma “estadania” nacional em detrimento da cidadania. Os autores elencaram no decorrer do artigo pontos pertinentes do que realmente é uma democracia e cidadania para introduzir a caminhada histórica da administração pública abordando os resquícios da soberania do Estado que remete a consolidação de uma estadania. Estes resquícios são argumentados como a ausência de uma cultura cívica e de uma “democracia representativa excludente”.
Os pontos abordados no artigo não respondem ao questionamento do seu título uma vez que a pesquisa é tendenciosa e até conclui que no Brasil prevalece a estadania, desse modo, os autores apesar de alcançar o objetivo proposto, não foram coerentes com o título tanto por não dar essa possibilidade de escolha como este sugere (cidadania ou estadania?), como pela questão de gestão pública que não teve seu merecido enfoque e direcionamento propriamente dito, visto que o ênfase maior foi com relação a palavra Estado.
Embora se trate de um artigo teórico muito bem fundamentado em teses de pesquisadores renomados, os autores não enfatizam com otimismo pontos marcantes que evidência uma cidadania na nossa nação, apenas abordam sugestões de mudanças necessárias para a construção de uma cidadania, e isto é um fato