Resenha do livro a Corrosão do Caráter
1091 palavras
5 páginas
O livro começa com a narrativa da história da vida de Enrico, um homem de origens humildes, pai de dois filhos e casado com Flávia. Trabalhava como faxineiro e não se queixava por isso. Não era um entusiasta do Sonho Americano, mas tinha grandes esperanças para o filho, Rico. Essa mentalidade o fez juntar dinheiro quinze anos e comprar uma casa em Boston, rompendo com os laços do seu antigo bairro italiano, pois o subúrbio era melhor para os filhos. Enrico tinha um vida linear, seu trabalho raramente variava de um dia para o outro e sabia exatamente quando ia se aposentar, pois estava protegido pelo seu sindicato. Vivia em uma "jaula de ferro" WEBER, Max apud SENNET, Richard, uma estrutura burocrática, totalmente rígida. Rico, porém parecia ter concretizado o sonho do velho, trazia consigo uma maleta com um computador vestia-se com um terno caro e exibia um anel sinete com um brasão. A questão do anel representava mais uma traição ao pai e às suas origens. Entretanto, Rico pensava a vida de modo diferente do pai. Desprezava os conformistas, protegidos pela armadura burocrática, e acreditava que o melhor era manter-se aberto às mudanças e correr riscos. Formado em Engenharia elétrica, casou-se com Jeannette, e depois de algumas mudanças, acabou abrindo uma empresa de consultoria nos arredores de Nova York. A princípio era sua independência, mas convivia com o medo de perder o controle de sua vida e tinha que flexibilizar seu horário de trabalho de uma forma que o incomodava. Essa estrutura em que Rico e Jeannette viviam alimentava seu receio de ter colocado sua vida emocional à deriva, e isso poderia prejudicar até a criação de seus filhos. Com esse pensamento, Rico mantinha constante a preocupação de não poder oferecer a substância de sua vida de trabalho como exemplo de como eles devem se conduzir eticamente, pois as qualidades do bom trabalho não são as mesmas do bom caráter. Em lugar dos valores da nova economia flexível, Rico vê a família como uma obrigação