Resenha do livro os intelectuais da educação
(HELENA BOMENY)
O livro nos mostra a trajetória da educação no Brasil desde o fim do século XIX com a abolição da escravatura e dos intelectuais que contribuíram para a construção e reforma do sistema educacional brasileiro. Dentre eles, podemos destacar Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Gustavo Capanema, Darcy Ribeiro, entre outros. A desigualdade no sistema educacional brasileiro começa a surgir já na primeira constituição em 1891, que estabelece que os Estados e Municípios sejam responsáveis pelo ensino elementar. Sendo assim, estes investem na educação segundo suas prioridades políticas definidas por sua elite, gerando a desigualdade. Em 1906, o analfabetismo atinge cerca de 74,6% da população em idade escolar, herança da submissão ao trabalho forçado e da exclusão do convívio social da maioria da sociedade pela escravidão. Nessa época, mesmo com a abolição dos escravos, a sociedade era incapaz de incorporar os cidadãos na vida comunitária. As escolas eram reservadas as elites, que não queriam abrir o conhecimento para a sociedade e a população que vivia isolada no meio rural não tinha como expressar suas insatisfações e exigir seus direitos, mantendo o equilíbrio entre baixa demanda e poucas escolas até o início do século XX. Em 1910, devido ao atraso brasileiro com relação às nações mais prósperas, surge a pressão por mais investimento na educação, estimulando a criação e o aprimoramento das escolas técnicas e do ensino profissional, que ganhou força com a primeira guerra mundial, pois devido a essa contingência externa, ao invés de trazer imigrantes, o Brasil teve que integrar seus próprios recursos humanos ao mercado de trabalho, tendo que remodelar a massa inculta despreparada às pressas. Assim, a educação profissionalizante nasce associada aos cidadãos de “segunda classe“, os “miseráveis”, marca que ficou na tradição brasileira e ainda hoje é ponto de discussão. Em 1930, foi criado o