Resenha do livro "Os Intelectuais da Educação" de Helena Bomeny

Resenha do livro “Os Intelectuais da Educação”, de Helena Bomeny
Helena Bomeny em seu livro “Os Intelectuais da Educação” analisa as propostas reformadoras da educação no Brasil a partir da década de 1920. Como um prelúdio de sua análise, Bomeny faz uma recapitulação dos primeiros anos do regime republicano brasileiro do ponto de vista educacional.
Nos anos iniciais da república, não houve ruptura com o período anterior no âmbito da estruturação da social. A abolição da escravatura não garantiu a inserção dos escravos recémlibertos na sociedade e a formação intelectual era destinada aos que tinham condições de arcar com os estudos, os filhos das elites. Havia um grande número de analfabetos na população o que, associado ao fato de a alfabetização ser pré-requisito para votar, ocasionou uma participação popular muito baixa na política e uma suscetibilidade muito grande da população à manipulação. A democracia brasileira era muito deficiente.
É nesse contexto que, na década de 1920, intelectuais brasileiros, influenciados por modelos educacionais de sucesso, principalmente o francês e o norte-americano, passaram a defender no Brasil uma reestruturação do ensino, buscando a ampliação da alfabetização e da escolarização como forma de garantir a inserção social. Esse projeto, que ficou conhecido como Escola Nova, era de matriz iluminista, colocando a educação como a redentora dos homens e salvadora da nação. Também possuía influência das ideias científicas, principalmente da psicologia, defendendo a observação e o aperfeiçoamento das aptidões individuais como forma de levar o indivíduo à sua plena realização.
Entre os principais nomes desse período estão Anísio Teixeira, Monteiro Lobato e
Fernando de Azevedo, grandes admiradores do sistema educacional norte-americano, descentralizado e focado no desenvolvimento do indivíduo.
Correspondência trocada entre os educadores revela um forte sentimento de comprometimento com o projeto empreendido por