Resenha do livro "dos delitos e das penas"
Suas idéias influenciam o Ocidente e inspiraram o direito penal moderno e os direitos individuais.
A obra surgiu por volta de 1760, uma época de transição entre o Período da Vingança Penal e o Período Humanitário, desse modo, Beccaria influenciou a legislação vigente nessa época, e diretamente, a Legislação Penal Francesa.
Dividido em 42 capítulos, a obra “Dos Delitos e das Penas”, descreve a realidade da época, a qual o autor não concordava, tornando-o admirado por todos que acreditavam na justiça.
Beccaria era contra o processo penal da sua época, que era feito através de torturas, penas de morte, prisões desumanas, banimentos e acusações secretas. Acreditava que a pena de morte fosse inútil, defendia a proporcionalidade entre o delito praticado e a pena a ser aplicada, e ainda, a separação do Poder Judiciário do Legislativo, estabelecendo limites entre a justiça divina e a justiça humana.
Segundo ele, o fundamento do direito de punir estaria na necessidade do homem infrator da lei ceder uma parte da sua liberdade aos demais, ou seja, é fruto do próprio convívio social. Considerando que o exercício do poder que ultrapassar esse limite não é visto como justiça, e sim como abuso.
Os juízes não poderiam interpretar as leis, nem elaborá-las, sua função era somente determinar se um homem praticou ou não um ato contrário à lei. Logo, as leis só poderiam ser elaboradas por legisladores, com a previsão da pena correspondente ao delito. Para isso, a lei tem que ser clara e de fácil entendimento.
Considera ainda que para haver justiça, os julgamentos e as provas do crime não poderiam ser secretos.
Para ele, a prova testemunhal deve constar na legislação, mas uma só testemunha não é suficiente e o importante é a credibilidade dessa. Ressaltando que mulheres, condenados e ainda, pessoas que tivessem algum interesse em mentir, não