Resenha do Filme “Mar Adentro”

O filme verídico “Mar adentro” (2004) feito pelo cineasta Alejandro Almenábar, aborda um tema que sempre foi muito polêmico: a eutanásia, que significa morrer por opção. Esse filme conta a história de Ramon Sampedro, um marinheiro espanhol que após sofrer um trágico acidente ao mergulhar no mar da costa da Galícia no momento em que a maré havia baixado, fica tetraplégico. Devido a uma forte pancada de sua cabeça na areia, Sampedro acaba fraturando sua coluna irreversivelmente, e, depois do ocorrido, ele acredita que passar a vida toda nesse estado não é digno.Com essa ideia em mente, Sampedro começa uma luta pelo seu direito de morrer, contratando advogados, indo contra a igreja e levando seu caso aos tribunais, buscando a legalização da eutanásia na Espanha, e seu direito de morrer sem estar cometendo um crime.
Durante todo o filme, a argumentação de Ramon se mostra clara e objetiva: “Viver é um direito, e não uma obrigação”. Para defender isso, ele tem a seu lado a advogada Júlia, que também possui uma doença, e que partilha com ele o desejo de morrer devido a esta. Com a ajuda dela, Ramon publica o livro Cartas del inferno. Ele também conta com a ajuda de Rosa, que inicialmente queria ser sua amiga apenas porque sentia pena dele, mas após um primeiro contato frustrante, ela retorna com intenções mais claras e depois de um tempo desenvolve sentimentos por Sampedro. É Rosa quem o auxiliará a, enfim, a alcançar o seu objetivo principal, mesmo que ilegalmente.
A situação abordada no filme é bastante impactante, uma vez que a sociedade acredita que o ser humano é livre, mas ele não pode ter o direito de escolher se é melhor viver ou morrer. Se uma pessoa escolhe morrer, os contra argumentos pra isso são de cunho religioso e ético, onde afirmam que se a vida é criada por Deus, apenas Ele pode tirá-la, e que a sociedade pode fornecer qualquer meio necessário para a subsistência de um ser. Já os que se mostram a favor, dizem que a eutanásia é uma forma de evitar a dor