Resenha do filme mar adentro
A busca pela felicidade e a esperança de dias melhores, são na maioria das vezes o que dá sentido à vida de muita gente, estes motivos variam muito entre as pessoas, mas enfim, todos tem um plano, uma vontade, um desejo ou simplesmente uma pessoa que faz com que toda a sua vida tenha sentido. Mas e quando a vida perde o sentido e vive-la torna-se um tormento, um sofrimento, uma agonia? E quando já não há mais saída, e tudos os caminhos já tiverem sido trilhados sem sucesso? Todas as esperanças tiverem sido esmagadas pelo peso da realidade em que vive? Pedi pra morrer se torna algo indigno, diante de todo o dissabor que a vida oferece?
Ramom não conseguia ser feliz com a vida que levava, e tinha todo o direito de não querer mais viver, e apesar de haver pessoas que gostavam e amavam-o, ninguém tem o direito de intervi nas vontades e desejos de ninguém nem mesmo o estado... VIVER È UM DIREITO E NÂO UMA OBRIGAÇÂO, como argumentou o próprio Ramom diante da luta pelo direito de morrer.
É difícil não se comover com o sofrimento vivido pelo personagem, e muito fácil ser contra aquilo que não nos atinge, e mesmo nos colocando em seu lugar, nunca saberemos ao certo o que sente uma pessoa naquele estado.
Cada ser humano tem direito de morrer em paz, da mesma forma que tem o direito de vive-la. Ramon simplesmente fez sua escolha, e não cabe a terceiros julga-lo. Foi o seu desejo. A angústia e as vontades suprimidas por não poder mexer o corpo eram dele, então não havia motivos para não atender a sua vontade, uma vez que ele estava totalmente lúcido e inteiramente capaz de tomar suas próprias decisões.
Ramom não tinha mais aquela emoção de viver, não tinha planos para o futuro (há não ser a morte), não via o convívio com seus familiares e amigos como algo prazeroso, não havia mais nada que lhe desse sentido à aquela vida. Ramom se sentia morto mas não tinha paz. “Passo toda a minha vida num inferno. E a vida não é isso” proferiu Ramom em certo ponto do