Resenha do documentário Pro Dia Nascer Feliz
Mariana Alonso M. Bezerra O filme “Pro dia nascer feliz”, de João Jardim, retrata alguns dos grandes problemas estruturais da Educação brasileira na atualidade, revelando tanto as dificuldades pessoais do binômio professor-aluno quanto as péssimas condições das instituições de ensino, percorrendo escolas públicas e privadas em três estados do país: Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. A relação entre professor e aluno é o ponto de maior destaque do filme, e este o faz sem enaltecer ou culpar, e sem priorizar ou vitimar, um ou outro. Até porque o filme não aponta culpados para toda a problemática da Educação. De um lado, alunos desinteressados. De outro, professores desestimulados. E as soluções ficam à parte, para reflexão e discussão sobre uma possível reformulação, não do professor, mas sim do sistema de ensino. A tarefa mais difícil hoje tem dia talvez seja despertar no aluno a vontade de aprender. As angústias dos jovens talvez sejam o único ponto de semelhança, independentemente da gritante discrepância socioeconômica e cultural. O status, as relações com os colegas, pais e professores e a rebeldia são exemplos comuns a todos os alunos participantes do filme, desde os mais desprovidos até os mais ricos. A escola passa a ser um meio social de fuga para uns, como também é uma espécie de prisão para outros, por conta das obrigações, já que o professor (enquanto autoridade) é sempre visto como tirano. A maioria dos alunos só se ocupa de questões pessoais e imediatas à sua volta, como seu meio social ou suas atividades. Poucos efetivamente se preocupam com o papel que vão desempenhar no futuro, com o compromisso e com as suas potencialidades, se dessem realmente valor à sua formação de base. Cai o mito, porém, de que o desinteresse só ocorre em escolas da rede pública. Isso pode ser exemplificado pela riqueza dos textos das alunas de Pernambuco, pela existência do grupo editorial do jornal da escola da periferia