Resenha Diário de Mathias Beck
728 palavras
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A narrativa feita por Matias Beck em seu diário possui certa relevância para a historiografia cearense, pois é um relato extremamente detalhista sobre a ocupação holandesa na província do Siará Grande, onde é possível encontrar diversos elementos da economia colonial holandesa e diversos aspectos sobre a organização e a criação do forte, ainda que o diário não tenha coberto mais do que três ou quatro meses de viagem e estadia. No documento Beck relata a viagem e a ocupação do território assim como pode-se perceber o interesse da nação holandesa e da Companhia das índias Ocidentais em conquistar territórios com jazidas de minerais raros e salinas, a esperança de encontrar ouro e prata vai motivar as expedições e a tentativa de povoamento holandesas no território que os lusitanos diziam fazer parte de seu domínio. O apoio por parte de tribos indígenas foi de fundamental importância para a ocupação holandesa, pois fornecia apoio bélico e logístico para a defesa, exploração e, portanto clara manutenção do território. Mais do que o apoio passivo, os holandeses se utilizavam das tribos para enfrentar colonos lusitanos e tribos inimigas, pode-se perceber durante toda a narrativa os diversos papéis que o índio exercia na colonização, como mensageiros, guias, soldados, agricultores e construtores, os holandeses não possuíam mão de obra suficiente pra trabalhar nas construções, explorações das salinas e plantações mutuamente necessitando, portanto do auxílio da mão de obra indígena, os índios das tribos que se relacionavam com os Holandeses também esperavam ganhar com essa relação, contando com o apoio dos holandeses almejavam derrotar tribos inimigas é o que se pode perceber, por exemplo, nesse trecho do diário; “ Um dos principais dos índios, de nome Amaniju-pitanga, veio ter comigo, acompanhado dos seus conselheiros (raeden) queixando-se que os tapuias, residentes não longe das suas habitações, vinham de imprevisto saquear as roças, não obstante fingirem-se de seus