Resenha Didática Magna
COMENIUS, Iohannis Amos. Capítulo XVI. In: Didática Magna: tratado da arte de ensinar tudo a todos. (1621-1657). p. 204 – 232
O livro de Comenius – abrangentemente conhecido como Didática Magna – pode ser considerado o marco de fundação da Didática, tanto pelo seu pioneirismo quanto pela sua influência na época e mesmo muito tempo depois. O Capítulo XVI, especificamente, compreende os “requisitos gerais para ensinar e para aprender, isto é, como se deve ensinar e aprender com segurança, de modo que seja impossível não obter bons resultados.” (p. 204). Partindo dessa premissa, o autor estabelece nove fundamentos que serão úteis para alcançar o objetivo proposto.
Inicialmente, partindo da parábola bíblica registrada em Marcos 4: 26, Comenius utiliza-se de uma analogia entre a natureza, o trabalho do jardineiro, a arte de plantar e o método de ensinar. Afirma que o ensinar deve basear-se na arte para que, desse modo, possa conduzir ao progresso intelectual. Assim, como uma introdução em todos os fundamentos, o autor faz um paralelo entre as coisas materiais – os caminhos da natureza, o modo como a ave faz sair dos ovos os seus filhos e o trabalho do pintor, jardineiro, arquiteto – e as coisas artificiais: o ensino.
O primeiro fundamento afirma: “Nada se faz fora do tempo.” (p. 207). Nesse primeiro instante, o autor critica o fato da escola não aproveitar o melhor momento de exercitar as inteligências dos alunos e também o de não organizar as atividades de tal maneira que eles se desenvolvam segundo uma ordem pré-estabelecida. Afirma que o momento ideal para ensinar é idade juvenil “quando o vigor da razão e da vida está em pleno crescimento.” (p. 209). Além disso, acrescenta que o período da manhã é o mais favorável aos estudos e que tudo o que é ensinado deve respeitar a faixa etária de cada aluno para que eles sejam capazes de compreender o que lhes é explicitado.
O segundo fundamento diz: “A matéria antes da forma.” (p. 210). O autor critica a