Resenha de Identidades do Brasil
INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
RESENHA DO LIVRO “AS IDENTIDADES DO BRASIL”
AUTOR: JOSÉ CARLOS REIS
2015
INTRODUÇÃO
Na obra aqui examinada José Carlos Reis evidenciou diversas interpretações do Brasil realizadas por alguns dos principais autores da historiografia brasileira.
Desde o prefácio da primeira edição do livro, Reis nos coloca que não há uma única resposta para a formação do Brasil-nação, eixo principal da obra, e que se pode pensar o país de múltiplas formas. Nas escolhas dos autores, expôs diversas formas de analisar o mesmo tema, como se o livro fosse uma galeria, onde os quadros, dispostos em certa ordem, possuíssem uma “lógica do Brasil”1, compreendida em um intervalo de 1850-1970. Para tanto, Reis escolhe para compor sua “galeria” autores consagrados sobre o tema que escreveram em vários momentos da história (nos séculos XIX e XX), iniciando em Varnhagen, em 1850, e terminando com Fernando Henrique Cardoso, em 1970, a fim de mostrar, através de várias visões e interpretações, diferentes quadros do passado e futuro - da colonização portuguesa, miscigenação, projeto revolucionário, escravidão, burguesia brasileira etc. - os múltiplos aspectos que compõem a realidade brasileira.
Reis dispõe as interpretações da seguinte forma: em uma “parede” os trabalhos dos escritores conservadores do “descobrimento do Brasil” compõem a primeira parte do livro. Estes interpretaram o país sob uma perspectiva linear e gradual, cujo passado não se deve negar e com a crença de um futuro promissor, um passado resolvido, de continuidade com as antigas estruturas. Afinal, conhecer o passado é aprender com ele – história magistra vitae. Os seus representantes escolhidos pelo autor foram Adolfo de Vannhagen e Gilberto Freire; em outra “parede”, as interpretações mais “revolucionárias”, que compreende o passado, mas