Resenha sobre o filme macunaíma - percepções acerca de brasil e identidade nacional
O filme conta a saga do personagem protagonista, Macunaíma, junto com seus irmãos desde seu nascimento no “fundo do mato-virgem”, a saída da terra-natal e chegada na “civilização da cidade” e o retorno ao seu lugar natalício. De acordo com o desenvolvimento do filme e as mais variadas vivências do personagem principal é possível fazer uma analogia com a proposta de Mário de Andrade e os modernistas em buscar uma “cultura brasileira” não somente a partir de regionalismos, ufanismo ou então a completa negação do Brasil, bebendo unicamente em fontes estrangeiras (Europa e, atualmente, EUA), mas sim catalisando o que há de presente no território brasileiro e mesclando com influências externas, sem imitá-las, produzindo algo diferente e único, transformando o “moderno" dos países desenvolvidos em mola crítica propulsora.
Cabe ressaltar que o filme foi lançado no final da década de 60 quando outro movimento, esteticamente semelhante e com o mesmo objetivo, surgia: a Tropicália, fugindo dos padrões estabelecidos do que deveria ser a música brasileira e lançando uma nova proposta, bastante influenciada pela antropofagia do movimento modernista.
Após nascer, Macunaíma (negro) é visivelmente preterido pelos irmãos e mãe, levando-o a sobreviver de maneira ardilosa. Um detalhe que chama a atenção é (talvez) uma mensagem a respeito do racismo, pois enquanto negro o personagem sofre vários infortúnios só obtendo sucesso quando muda de cor, embranquecendo.
Seguindo, o