Resenha crítica: ética e pós-modernidade
Disciplina: Tópicos Especiais I – Educação e Ética
Professor Responsável: Frei Nilo Agostini
Aluno: Marcos Augusto Wistuba Bisinella dos Santos
REGISTRO REFLEXIVO – EIXOS 1, 2 e 3
Há uma marca indelével nas discussões que delinearam os eixos 1, 2 e 3: o conceito de pós-modernidade, em justaposição à corrosão do conceito de modernidade. O ideário da modernidade, baseado na racionalidade científica, em certezas absolutas, rompendo com o teocentrismo e colocando o homem como centro das discussões, capaz de “se livrar” dos desígnios divinos, não dá mais conta de entender o humano atual. Vê-se, no que alguns autores cunham como pós-modernidade, a hipervalorização das diferenças, do pluralismo, das subjetividades, um descompromisso com qualquer dogma ou verdade, em uma relação de fluidez de valores e paradigmas de comportamento de tal gama que remetem a algo etéreo, imaterial, líquido. Esse descompromisso absoluto nos levou à uma sociedade embalada pelo prazer momentâneo a qualquer custo, configurando-se na mais pura expressão do individualismo levado às últimas consequências. A percepção de autonomia exacerbada dá a falsa impressão de que cada indivíduo é “um mundo em si só”, que não depende nem precisa do outro, acarretando um isolamento social e podendo levar o indivíduo a uma vulnerabilidade tamanha que não se faz capaz de “estabelecer relações duradouras e de assumir engajamento por um tempo mais longo”1, bem como não se posiciona de maneira crítica aos modismos da comunicação social vigente. Tais características apontam para uma crise ética. E esta própria crise é premissa para o retorno da ética. As construções e transformações da sociedade não se dão nos momentos de “harmonia”, de convivência social pacífica, mas sim na desordem do caos, que pode ser uma mola propulsora para uma “nova disposição social dos valores morais”2. O desencantamento advindo da modernidade perde espaço para uma crescente